terça-feira, 26 de abril de 2011

Dia 26 de Abril - Aniversário da Primeira missa celebrada no Brasil

   

 Em 22 de abril de 1500 o navegador português Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil comandando uma frota de treze caravelas. Navegando ao longo da costa, à procura de um porto seguro, ele encontrou uma baia de águas claras e calmas, hoje denominada Cabrália, no interior da qual ancorou as naus junto a uma ilhota atualmente conhecida como ilhéu da Coroa Vermelha. E ali permaneceu durante dez dias, apenas, pois no dia 02 de maio, depois de abastecer seus navios com o que precisava, deu continuidade à viagem que fazia em direção às Índias. Durante o prazo em que os marinheiros portugueses permaneceram em terra, foi realizada uma missa oficiada pelo frei Henrique de Coimbra, que participava da expedição liderando um grupo de religiosos cujo destino eram as missões do oriente. Para a realização dessa cerimônia dois carpinteiros trouxeram da mata um enorme tronco de madeira, destinado à feitura da cruz, enquanto os demais tripulantes abasteciam os barcos com água, frutas e lenha. Os índios, uns oitenta ou mais, se amontoavam ao redor dos portugueses, e apreciavam, pasmos, o que fio das ferramentas de ferro provocava na árvore. Estando tudo pronto, a primeira missa no Brasil (ilustração, em tela de Victor Meireles, que faz parte do acervo do Museu Nacional de Belas Artes, do Rio de Janeiro) foi então rezada em 26 de abril pelo franciscano, devidamente paramentado, enquanto a tripulação congregava-se na praia, à frente do altar. Os nativos, dóceis, se portaram de tal modo que o escrivão Pero Vaz de Caminha convenceu-se de que no futuro a conversão deles seria fácil, e por isso escreveu ao rei prevendo que dois bons padres, apenas, seriam suficientes para o cumprimento dessa missão.
    A carta de Pero Vaz de Caminha, enviada ao rei de Portugal, relata, ao tratar do episódio, que “Ao domingo de Pascoela pela manhã, (26 de Abril de 1500), determinou o Capitão ir ouvir missa e sermão naquele ilhéu. E mandou a todos os capitães que se arranjassem nos batéis e fossem com ele. E assim foi feito. Mandou armar um pavilhão naquele ilhéu, e dentro levantar um altar mui bem arranjado. E ali, com todos nós outros, fez dizer missa, a qual disse o padre frei Henrique, em voz entoada, e oficiada com aquela mesma voz pelos outros padres e sacerdotes que todos assistiram, a qual missa, segundo meu parecer, foi ouvida por todos com muito prazer e devoção. Ali estava com o Capitão a bandeira de Cristo, com que saíra de Belém, a qual esteve sempre bem alta, da parte do Evangelho... E quando veio ao Evangelho, que nos erguemos todos em pé, com as mãos levantadas, eles (os índios) se levantaram conosco e alçaram as mãos, ficando assim, até ser acabado; e então tornaram-se a assentar como nós... e em tal maneira sossegados, que, certifico a Vossa Alteza, nos fez muita devoção... Acabada a missa, desvestiu-se o padre e subiu a uma cadeira alta; e nós todos lançados por essa areia. E pregou uma solene e proveitosa pregação, da história e-vangélica; e no fim tratou da nossa vida, e do achamento desta terra, referindo-se à Cruz, sob cuja obediência viemos, que veio muito a propósito, e fez muita devoção. (...) Acabada a pregação encaminhou-se o Capitão, com todos nós, para os batéis, com nossa bandeira alta”.
   Após deixar o local com sua frota, em direção à Índia, Cabral não tinha certeza se o que descobrira era um continente ou uma grande ilha, e por isso deu-lhe o nome de ilha de Vera Cruz. Outras expedições portuguesas verificaram posteriormente que se tratava de um continente, e por isso a nova terra passou a ser chamada de Terra de Santa Cruz. Somente depois da descoberta do pau-brasil, ocorrida no ano de 1511, foi que o país recebeu o nome pelo qual é conhecido até hoje: Brasil.

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